O que é essencial para mim? Como eu quero me sentir? Qual é o meu legado?
Por Nelson Carvalho
Para avaliar o quanto você está pleno, em várias esferas da sua vida, é preciso identificar o que é mais importante para você no momento. O primeiro passo é listar os Life Essencials, rastreando suas principais necessidades, vontades e desejos. O passo seguinte é fazer um balanceamento desses Life Essencials, avaliando como está a situação atual e como deveria estar no futuro.
Um dos primeiros estudos sobre as necessidades humanas e suas conexões com valores e motivações foi de Abraham Maslow, precursor da psicologia humanista, famoso pela Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas (Pirâmide de Maslow). A teoria de Maslow sobre motivação humana parte do princípio de que os seres humanos, depois que já satisfizeram suas demandas mais básicas, vão subindo na hierarquia de necessidades, adquirindo outras cada vez mais complexas.
Para o nosso exercício, vamos recorrer ao modelo dos sete níveis de consciência, desenvolvido por Richard Barrett, descrito no livro Libertando a Alma da Empresa (Cultrix, 2000). No âmbito individual, Barrett define sete estágios no desenvolvimento da consciência pessoal, sendo que cada um está relacionado com uma necessidade existencial intrínseca à natureza humana. A expansão da consciência dos indivíduos ocorre na medida em que eles são capazes de satisfazer essas necessidades.
Na tabela a seguir, Barrett (2009, pág.40) apresenta as sete necessidades existenciais vinculadas aos sete estágios de desenvolvimento da consciência pessoal.
Os sete níveis de consciência pessoal
Os três primeiros níveis são focados nos interesses pessoais que satisfazem as necessidades do ego, correspondentes às necessidades de sobrevivência física, segurança física e emocional.
Os níveis superiores, de 5 a 7, focam no bem-comum, satisfazendo as necessidades da alma ou “espirituais”.
O quarto nível foca a transformação. Segundo Barrett, neste nível “o ego aprende a se desapegar de seus medos para poder se alinhar com a alma”. O medo provém de acreditar que não temos o suficiente daquilo que necessitamos. Quando saímos dessa dependência nos tornamos livres.
Quais necessidades você busca no momento? Em qual nível elas operam? Você tem as habilidades necessárias para satisfazê-las?
Na tabela abaixo, liste as suas necessidades essenciais, o nível de consciência pessoal, o grau de satisfação atual e desejado, e o que você precisa melhorar para satisfazê-las (suas competências).
Bibliografia
BARRET, Richard. Libertando a alma da empresa. São Paulo: Cultrix, 2000. BARRETT, Richard. Criando uma organização dirigida por valores: uma abordagem sistêmica para transformação cultural. 1ª edição. São Paulo: Antakarana: ProLíbera, 2009.
O seu rol de competências garante um posicionamento competitivo no mercado?
Por Nelson Carvalho
O termo core competence ou competências essenciais é uma expressão aplicada para um conjunto de habilidades organizacionais que garantem um posicionamento único e competitivo perante seus concorrentes. Para Prahalad e Hamel, as competências essenciais devem oferecer reais benefícios aos seus clientes, serem difíceis de imitar e, sobretudo, dar acesso a diferentes mercados. Se fôssemos extrapolar este conceito para as competências pessoais, como poderíamos identificá-las?
O que são competências?
As competências são um conjunto de conhecimentos e atitudes que capacitam um indivíduo a ocupar plenamente uma função ou simplesmente realizar uma atividade. Elas podem ser agrupadas em diversas formas. O primeiro agrupamento é se elas são pessoais ou organizacionais. Aqui focaremos nas competências pessoais.
Eu já vi várias formas de classificar as competências pessoais. A primeira divisão é separá-las em competências genéricas e competências técnicas. Neste pequeno artigo não vamos abordar as competências técnicas, pois exigiria analisar vários eixos de carreira.
As competências genéricas se aplicam a vários papéis. O requerimento delas variam de acordo com a complexidade da posição e o ambiente de negócio. A estrutura de cargos numa organização é modelada em níveis crescentes de requerimento. Os últimos níveis, de liderança ou gerenciais, apresentam atributos mais amplos.
Para avaliarmos o nosso potencial competitivo devemos ter um olhar externo e outro interno. No externo, observamos atentamente comportamentos e tendências, principalmente no nicho onde queremos nos diferenciar. No mundo de hoje, diante um cenário de tantas mudanças, quais as competências que se destacam? Eu vou deixar esta lição de casa para você pesquisar na internet, pois uma das competências diferenciadoras é a capacidade de buscar conhecimentos por conta própria, em diversos repositórios e aplicá-los em ações específicas. Observar os requisitos para as ocupações-alvo em aberto é uma forma de se inteirar dos perfis requeridos.
O olhar interno requer um exame minucioso de nossas principais realizações e identifica a nossa contribuição frente aos resultados alcançados. Como poderíamos organizar este exercício?
Passo-a-passo para identificar suas competências diferenciadoras
Liste suas principais realizações ou desafios na sua vida.
Caracterize a complexidade encontrada em cada desafio.
Descreva qual foi o seu papel neste desafio. Em que você contribuiu de fato?
Quais foram os resultados (qualitativos e quantitativos)?
Quais foram os aprendizados (erros e acertos; satisfações e insatisfações)?
O que você realizou de melhor? Quais foram as competências aplicadas?
Qual o legado deixado?
No final deste exercício você irá obter suas competências diferenciadoras ou essenciais. A denominação delas poderá ser ajustada de acordo com seu olhar externo.